Pacificar a Líbia pós-Kadhafi passa pelo "fim da guerra por procuração"
O fim da ditadura de Muammar Kadhafi aconteceu a 20 de outubro de 2011, quando o coronel foi assassinado pelos rebeldes que o capturaram na cidade líbia de Sirte, com o auxílio das forças internacionais que se encontravam a implementar a zona de exclusão aérea. Quatro anos depois, o país do Magrebe tem agendado novo encontro com a história: no próximo dia 20 termina oficialmente a atual legislatura e o prazo para a assinatura do acordo de paz anunciado pelo enviado especial das Nações Unidas para a Líbia, Bernardino Léon. Este acordo irá decidir do futuro de uma Líbia dividida, onde o Estado Islâmico (EI) já hasteou a sua bandeira e que é palco de uma "guerra por procuração", à semelhança do que acontecia na Guerra Fria, dizem analistas ouvidos pelo DN.
"Depois de um ano de trabalho neste processo, após ter trabalhado com mais de 150 personalidades líbias de todas as regiões ... finalmente chegou o momento em que podemos propor um governo de união nacional", disse na sexta-feira Léon na conferência de imprensa em Marrocos. O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, aplaudiu o acordo alcançado pelo diplomata espanhol e apelou a todas as fações líbias que o assinem "sem demora". O secretário de Estado dos EUA, John Kerry, por seu lado, classificou-o como sendo um "marco significativo no processo político líbio". Os governos europeus fizeram eco da posição da ONU e dos EUA e prometeram ajudar para estabilizar o país que vive mergulhado no caos desde a queda de Kadhafi.